Navegante
Sou uma navegante, capitã do meu próprio ser, navegando em mares calmos, bravios, em meio ao oceano doloroso e límpido que é viver. Durante o fim de tarde, próximo ao instante do pôr do sol, é quando me sinto viva, é quando o silêncio se torna dominante do meu ser, e os pensamentos voam junto as gaivotas que desenham o céu com suas sombras e harmonizam meu interior com o seu grasnar, e assim sinto o lado bom disso tudo que é viver. Sou uma navegante que costuma guardar dentro do peito toda afeição por conta da opressão em que se vive nos dias de hoje - o que ela exprime em palavras, é apenas uma gota do que mantém em seu oceano interior - é por isso que costumo navegar só, a natureza me faz sentir inteira. Até que chega a noite, a lua cheia nasce banhando o mar e ali, eu sou sua única platéia. O mar se acalma e ali me deito. Com uma mão cubro o luar para poder enxergar melhor todas aquelas estrelas, aquele cosmo todo me fascina! Era lindo, tão lindo que me senti só, eu estava inteira