Pensamentos numa manhã fria de primavera

Antes de me levantar da cama, ainda desacordada, penso em mil e uma soluções para os meus problemas. E a única solução que encontro, porém bastante concreta, é a que devo me encontrar. Como ir atrás dos meus sonhos, como cuidar de mim. Já nem sei mais o que é o amor. Aquele sentimento gostoso e profundo por outra pessoa. É aí que eu percebo que o tempo passa e passa cada vez mais. Os sentimentos vão se desfazendo, indo embora junto ao vento e quem fica aqui sou eu. Apenas esse corpo coberto com uma aparência hora bem, hora sem graça. O segredo é a alma.
Manhã fria com sol, passarinhos ouço lá fora, enquanto o vento dança com as folhas, a canção francesa que estou a ouvir. Gosto também do cheiro de tinta, dessa mistura de cores, de uma viagem imaginária que você passa para uma tela.
O café já esfriou, o relógio andou e o pensamento não mudou. Estamos sozinhos nesse mundo, basta você se admitir a isso. É só você e mais ninguém. Você é a conseqüência dos seus próprios atos, assim como você é a felicidade de suas próprias idealizações.
O mundo é louco e a vida me confunde.
23 anos se passaram e cá estou. Em busca de saber aonde vou e de saber quem sou. Mas nunca é tarde, só é necessário virar a página da vida no momento certo. E é isso que me deixa mais curiosa sobre o amanhã. Surpresas boas e ruins surgem à todo momento, e as ruins se tornam boas depois de um certo tempo.
Digo para mim mesma a velha frase: “Nada como um dia após o outro…” ultimamente é como se o mesmo dia fosse vivido todos os dias. Como se eu andasse, passando por vários caminhos e terminasse no mesmo lugar. E de repente as palavras somem da minha cabeça, eu olho no relógio e vejo que ainda é cedo. Manhã de primavera com gosto de inverno no ar, isso é tão bom. Ainda bem que a vida não deixa morrer esses meros detalhes. É isso que me deixa bem, é isso que me alimenta aos poucos. Assim como o sol que surge no meio de um céu nublado.

Batosta



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